Eu volto pra casa, madrugada
eu trago o perfume que a noite tem
Eu volto cansado, do passado
que corre num trilho, como se fosse um trem
O mesmo caminho, que caminho
parece uma onda, num vai e vem
eu conto os passos, o espaço
e sonho acordado, penso em alguém
Eu faço da vida, um segrêdo
eu tenho medo, mas quem não tem?
e a vida passa, em um segundo
cinema mudo, marcas também
E a noite fria, me esquenta o peito
uma dor com jeito de querer bem
espero o sol, na calçada
quem sabe um dia, eu siga o trem!