Ele disse pra escola caprichar
No desfile da noite de domingo
Com ginga, com fé
Pediu muita cadeira a requebrar
Muita boca com dentes pra caramba
E samba no pé
De repente o pandeiro atravessou
De repente a cuíca emudeceu
De repente o passista tropeçou
E a cabrocha gritou que nosso rei morreu
Viva o rei de Ramos
Que nós veneramos
Que nós não cansamos de cantar
Viva o rei dos pobres
Que gastava os cobres
Nas causas mais nobres do lugar
Viva o rei dos prontos que bancava os prontos
Que pagava os contos do milhar
Viva o rei de Ramos, viva o rei, viva o rei
Viva o rei de Ramos
Os seus desafetos e rivais, misericordioso não matava
Manda va matar e financiava os funerais
As pobres viúvas consolava, chega va a
chorar
De repente gelou o carna val
De repente o subúrbio estremeceu
E a manchete sangrenta do jornal
Estampou garrafal que o nosso rei morreu
Viva o rei de Ramos
Que nós veneramos
Que nós não cansamos de cantar
Viva o rei dos crentes e dos penitentes
E dos delinquentes do lugar
Viva o rei da morte, da lei do mais forte, do jogo, da sorte
E do azar
Viva o rei de Ramos
Viva o rei, viva o rei, viva o rei de Ramos