Letra de
O Bote

Quebra o adeus diante do espelho
Na frente do ventilador agoniza o mofo afoito da moldura
Minhas dores e minhas provações não cabem nessa imensidão inerte
E tranquilamente, sei que morro no mar
Os copos e pratos sujos na pia seca
Na lonjura da tua fronte cansei a distância
Lancei minhas asas estraçalhadas pelos cães
Serão um bom alimento prá suas piadas
E bem reconheço há quem saiba latir
Apanha uma carona numa gota de sangue escolhida
O tempo dos navios atracados enferruja lá atrás
Quanto às âncoras
Nem vão subir e nem vão afundar
Antes de remar pro além
Rumo prá o além mar
Em meu bote eu vou