Não sei se é água quente, o vapor, o sabonete ou ou xampu
Não sei se é o fato, de estar aqui molhado completamente nú
Só sei que é no banheiro que eu ganho o mundo inteiro com minha voz
Eu sei que é no banheiro que me vendo no espelho eu sou atroz
O sabonete é meu microfone o espelho a me enquadrar
Na barriga um velho tambor ainda vibra a ressoar
Pés descalços um sapateado, danço maxixe, pagade chachado
Neste espaço eu sou o meu próprio cover, sou galã, cantor consagrado
Eu deixo a água cair, lavando as notas musicais
Deixando os meus tons fluírem pelo ralo já não voltam mais
É no banheiro que eu canto até o teto estremecer
E no banheiro ouço a voz do meu chuveiro emudecer