Eu ontem fui dormir todo encolhido,
agarrando uns quatro travesseiros,
chorando bem baixinho, bem baixinho baby,
pra nem eu nem Deus ouvir,
fazendo festinha em mim mesmo,
como um neném, até dormir
Sonhei que eu caía do vigésimo andar
e não morria
e você me dizia, com a voz terna, cheia de malícia,
que me queria, pra toda a vida
Mal acordei já dei de cara, com a tua cara no porta-retrato,
não sei porque que de manhã, toda manhã parece um parto,
quem sabe depois de um tapa
Eu hoje vou matar essa charada!
Que todo alguém que ama,
ama pra ser correspondido
Se todo alguém que eu amo,
é como amar a lua inacessível
é que eu não amo ninguém, ninguém
Eu não amo ninguém parece incrível,
não amo ninguem e é só amor o que eu respiro