Na borda da mata escura
Que sobrou da antiga mata
Fim de tarde, veio lua
Fez-se noite, luz mulata
Grilo canta, sapo geme
Já não gralha a maritaca
A coruja, tão solene
Zum cigarra, serenata
E no breu, mais breu da noite
Vêm de longe duas brasas
Triste sina, firme açoite
Vem pintada em ameaça
E na mata, o medo espalha
Vem a onça na caçada
Lobo some, mico ralha
Paca encolhe, anta cala
E a felina, na tocaia
Em seu salto é certeira
Foge, foge a cutiaia
Capivara em tremedeira
Tão danada, na destreza
Vem do nada, salta a onça
Descuidado vira presa
E um esturro a mata afronta
Jaguaretê
Quem contigo quer teimar?
Jaguaretê
Quem contigo quer teimar?
Quem te fez assim tão forte
Fez pra pra mata respeitar
Quem te fez assim tão forte
Fez pra mata respeitar
Jaguaretê
Jaguaretê
Jaguaretê
Jaguaretê
Jaguaretê
Jaguaretê