Eu fui para São Paulo procurar trabalho
E não me dei com o frio
Tive que voltar outra vez para o Rio
Pois aqui no Distrito Federá
O calor é de lascar
E veja o meu azar
Comprei o "Jornal do Brasil"
Emprego tinha mais de mil
E eu não arranjei um só
Telegrafei para a vovó
Ela tem uma bodega em Recife, Pernambuco
Eu disse pra ela que estou quase maluco
E que não tenho nem onde morar, o quê que há?
Estou dormindo ao relento, valei-me nossa Senhora!
O meu travesseiro é um "Diário da Noite"
E o resto do corpo fica na "Última Hora"
Mas se eu voltar, aquela turma lá do Norte me arrasa
Principalmente o povo lá de casa
Que vai perguntar por que é que eu fui embora
Por isso eu vou ficando
Dormindo aqui na porta do Municipal
Com quatro mil-réis eu compro o enxoval
"Diário da Noite" e a "Última Hora"
"Diário da Noite" e a "Última Hora"
"Diário da Noite" e a "Última Hora"
"Diário da Noite" e a "Última Hora"