Letra de
Metamorfosicamente

Tem gente que nasce lã e cresce cobertor
E acorda no frio da manhã morrendo de calor
Tem gente que nasce um rio
Que corre doce de encontro ao mar
E morre ao provar do sal que trouxe ao paladar
Tem gente que nasce trigo, vive e morre pão
E sigo que quem nasce Gil só vai morrer canção
Tem gente que nasce Abril
Abrindo as rosas da primavera
E morre vermelha, fechada no livro da nova era
Levo contida na palma da mão
Ref. A linha das voltas da ida da gente
Elevo a vida, a alma e o coração
Metamorfosicamente
Que a morte bem mais que o escuro das trevas
É o que leva à luz, ao seguro
Sorte de quem tem a crença
Que a morte é transformação, recompensa
Intro
Tem gente que nasce África, escravidão
E morre de pena tinteiro da libertação
E um século inteiro depois
Nas mãos do poeta Bahia
Renasce na escrita da esferográfica poesia
Tem gente que nasce gente e segue em frente assim
E não consegue deixar de ser gente até o fim
Mas sente quando a morte vem
Tentando não ser mais pessoa
Vê que a vida foi toda à toa
E então morre ninguém
Refrão