Alfama não envelhece e hoje parece
Mais nova ainda iluminou as janelas
Reparem nelas como está linda.
Vestiu a blusa clarinha que a da vizinha
É mais modesta e pôs a saia garrida
Que só é vestida em dias de festa
Becos escadinha ruas estreitinhas
Onde em cada esquina há um bailarico
Trovas p'las vielas e em todas elas
Perfume de manjerico
Risos gargalhadas, fados desgarradas,
Hoje em Alfama é um demónio
E em cada canto um suave encanto
Já se não ouvem cantigas
E as raparigas de olhos cansados
Ainda aproveitam o ensejo de mais um beijo
Dos namorados já se ouvem sinos tocando, galos cantando
Á desgarrada e mesmo assim dona Alfama
Só volta p'rá cama quando é madrugada.