A lua velha no sertão é bem melhor que um lampião de aguardente; Aquece o coração, iluminando a vastidão dessa planície. B- A Lá vai o sol, levando o céu pra escuridão, por quê de mim se esconde. Traga amanhã de manhanzinha um pouco dessa água corrente, B- Uma canção antiga, minha, mais que predileta do eterno poeta. Faça de conta que o Nordeste é forte, tem mata verde e água em abundância, Laço vermelho pras moças que gostam de cabra-macho, cavalo e arreio. A noite é festa ao redor da fogueira, a prenda dança até raiar o dia, Bota a sanfona no lombo da velha e cai na folia. A lua velha do sertão faz parte, como a aguardente ta pro boiadeiro, Se o trovador tem sua viola, meu coração tem seus segredos, E não tem medo de chorar baixinho, quando o sertão inteiro silencia, Pra contemplar no céu o sol da noite: a velha lua.