Quando eu vim do meu sertão
Trazendo no meu olhar
O pedaço de torrão
Que aprendi viver e amar
Pés descalços pelo chão
Primavera permanente
Bicho solto na campina
Feito sonho de menina
Quando vira adolescente
No pulsar do coração
Os desejos de menino
Na palma da minha mão
Os traços do meu destino
Alma pura como a fonte
Que corria pro riacho
Pra matar a minha sede
O descanso lá na rede
Fruta madura no cacho
No peito a oração que mamãe ensinou
Pedindo pra Deus nunca me deixar sozinho
Na boca as palavras de paz e amor
Lições que aprendi com Pe. Bernardinho
A mente dava asas a imaginação
Mais a realidade queria podar
O jeito era a prece do frei Damião
Pro meu anjo da guarda não me abandonar