Letra de
Lampana

A intempérie que vem da banda oriental
Se dando volta arrepia o firmamento
Pois o inverno que mete a cara e se ajeita
Traz seus anseios no contra-ponto dos ventos
Essa lampana que pede boca e se agranda
Virando pêlo no eguedo da manada
É a promessa de que o tempo será malo
Templando enchentes e aragens frias das geadas
Essa lampana que pede boca e se agranda
Virando pêlo no eguedo da manada
É a promessa de que o tempo será malo
Templando enchentes e aragens frias das geadas
Mais uma vez os ranchos pobres da fronteira
Serão trincheiras dos índios de sangue quente
Porque o inverno desta vez será bagual
E aos poquitos vai castigando esta gente
Sorte paisano pois não falta um fogo grande
Que tenha brasa de sobra pra dois parceiros
Quem aculhera corpo e alma às labaredas
Sabe que o frio jamais intanguiu fronteiras
Sorte paisano pois não falta um fogo grande
Que tenha brasa de sobra pra dois parceiros
Quem aculhera corpo e alma às labaredas
Sabe que o frio jamais intanguiu fronteiro
Então mateio num rancho que fiz pra dois
Pena que tantos não tenham a mesma sorte
Porque o destino é uma tormenta muy braba
Que aquebranta quem não tem um corpo forte
Mas menos mal que a primavera é uma esperança
Do índio quebra que a vida surra na calma
Se o sol é o poncho que aquenta carne e osso
O frio do inverno não logra o calor da alma
Mas menos mal que a primavera é uma esperança
Do índio quebra que a vida surra na calma
Se o sol é o poncho que aquenta carne e osso
O frio do inverno não logra o calor da alma