Lá onde eu morava era um rancho de madeira
E nos pés das laranjeiras passarinhos a cantar
E eu descalço a correr pelo gramado
Calça curta de riscado e um tirante pra amarrar
Onde eu morava era um rancho de madeira
Será pouco a vida inteira para a gente se lembrar
Quando se fala o olhar fica distante
Parece que nesse instante eu ainda moro lá
Lá onde eu morava se sabia que a geada
E o cabo da inchada é uma questão de acostumar
Mãos calejadas não estranha o trabalho
Nem os pés pisando orvalho faz a gente se queixar
Lá onde eu morava o vento era o alerta
Vento norte a chuva certa vento sul para esfriar
E se pousava um passarinho na janela
Limpe a casa dona Amélia que visita vai chegar