Inquieta incerteza que carrego aqui dentro
A frieza do relógio é a angústia sobre o tempo
Passo preso ao chão toda a calma se derrama
Sensível eu escuto uma voz longe me chama
E logo apaga a chama que eu finjo acreditar
Se não é o desejo é difícil aceitar
Leio os seus poemas que deixou, são nobres
Mas o que os fazem nobres são as rimas pobres
A minha saudade que me traz o perto
O ponteiro em passos lentos é o que me faz disperto
E logo acaba o perto que eu finjo acreditar
Mas tão desejado que é tão fácil aceitar
Desde que saiu pela porta inquieta incerteza se abrigou
Não sei se volta ou se não volta, até agora como o tempo não voltou
Acreditar é disfarçar o que eu sinto, você não volta, mas eu pressinto
Inquieta incerteza que carrego aqui dentro