À margem d’um rio vejo um povo sofredor. A espera do navio que foi e nunca mais voltou
Levou com ele o progresso que aqui vivia deixando o povo mergulhado nessa eterna nostalgia
Muitas águas passaram pela ponte da Conceição muitos políticos corruptos meteram a mão
Deixando triste afinal a Formosa do Recôncavo entre lamentos choro dor e muito pranto
Cidade preta de pobres pardos e mestiços. Comandada por brancos. Brancos quase sempre omissos
Do compromisso da ordem do progresso e da paz. Querem voltar no tempo mas o tempo não volta atrás jamais.
Eu oro a DEUS que não abandona os filhos seus peço clemência e homens que tenham decência
Pra transformar as ruas praças vias e vielas em fim : Salve o negro e poeta Zé Bomfim (Negro? Negro sim.
Poeta? Poeta Zé Bomfim)
Que iluminou plantou a beleza e cantou o amor mas foi esquecido em 40 anos de terror
De traição e os frutos da degradação Jesus nos livre mas salve o rio Jaguaripe
Que refletia a imagem da nossa cidade nos mostra agora a face de velhos covardes
Sem atitude moral num cativeiro mental a fina estampa da burguesia marginal.
A omissão é crime também hediondo que nos atrasa e mata a grandeza dos sonhos de liberdade justiça plena de poder
Que tira o crack da rua pro jovem não ver
Tem que ter ação tensão disposição
Pra encarar de frente: “Sangue no zóio ladrão"
Verdade absoluta sim a vida não é justa melhor morrer de pé do que perder Nazaré
Eu clamo sim: melhor morrer de pé do que perder Nazaré
Melhor morrer de pé do que perder Nazaré
Melhor morrer de pé do que vender lotear Nazaré.