Foi lá na Chã Preta que tudo começou,
Onde ele cantou sua primeira toada,
Com a voz afinada sem pausa ou palpéia,
Hoje Kara Véia sua história é contada
Meu senhor muito obrigado,
Pelo o dom que tu me deu,
Pra fazer essa toada,
Homenagem ao amigo meu,
Com um coração de luto,
Passo a orar um tributo,
Ao vaqueiro que morreu
De Alagoas pra o Brasil,
O seu nome consagrou,
Correndo nas vaquejadas,
Ou no palco fazendo show,
Por um amor proibido,
O vaqueiro nos deixou
Jesus Cristo lhe mandou,
Cavalo branco e selado,
Perneira, chapéu, gibão,
Pra ele subir montado,
E ser vaqueiro no céu,
Um mundo imortalizado
Em 27 de maio,
Na Chã Preta ele chegou,
Dormiu na casa dos pais,
Pois à noite fazia show,
Presenteando seu pais,
Com um carro que comprou
Logo a boquinha da noite,
Na capital Moceió,
Debruça ao lado do filho,
Pra ele não dormir só,
Não sabia que a morte,
Já estava ao seu redor
Foi em sua residência,
Uma pistola ele pegou,
Depois num apartamento,
Pra rever aquele amor,
Se despediu do seus pais,
Dando adeus pra nunca mais,
Depois disso se atirou
E nos jornais anunciaram,
Perdeu grama de ouro,
O Brasil entristeceu,
Muita gente caiu no choro,
E a Chã Preta perdia,
pedaço do seu tesouro