Oh! Fronte ensanguentada
Em tanto opróbrio e dor
De espinhos coroada
Com ódio e com furor!
Tão gloriosa, outrora
Tão bela e tão viril
Tão abatida, agora
De afronta e escárnio vil
Quão humilhada pende
A face do Senhor!
Não vive, não resplende
Já não tem luz nem cor!
Oh! Crime inominável
Fazer anuviar
O brilho inigualável
De um tão piedoso olhar!
Estás tão carregado
Mas todo fardo é meu!
Eu só me fiz culpado
E o sofrimento é teu
Venho aos teus pés, tremente
Mereço a punição
Mas olhas-me clemente
Com santa compaixão!
Sê meu refúgio forte
Meu guia e vida e luz!
Que eu sinta, vendo a morte
Conforto em tua cruz!
Na cruz com fé me abrigo
E amparo tu me dás!
E unido assim contigo
Hei de dormir em paz!