Quando estivermos presentes
E a verdade indicar
Que não ouvimos a canção proibida
Quando estivermos cientes
Do bem não ousado
Quando chorarmos por nossas lembranças
Quem não dirá que ouviu o rio murmurar
Uma canção
Quem negará que sentiu a alegria das rochas
Por sobre o chão
Quantos de nós poderão afirmar
Que amaram simplesmente
Amar assim
Ninguém jamais
Quando encontrarmos o todo
E tudo de mostrar
Quando encontrarmos as luzes perdidas
Quando aceitarmos o medo
Do indesejado
Quando alcançarmos o fim da subida
Quem negará que na noite
De um dia qualquer
Beijou o vento
Quem negará que esqueceu
Certa vez de acordar antes do sol
Quantos de nós poderão aceitar
O que nunca imaginaram
Imaginaram que o tempo é a canção
Quando acordarmos do sono
No mundo criado
E lamentarmos a experiência
Quando falarmos do bem
Tão mal aproveitado
Quando escutarmos ao longe a canção
Quem negará que falou
Certa vez com o céu em solidão
Quem negará que não quis
Procurar a razão do bem maior
Quantos de nós poderão afirmar
Que passaram pela porta
A uma resposta
E não há sequer a questão a indagar