Letra de
Fissura

A mão que escorrega cai pela cintura da nega que tá na fissura de viver
A nega fabrica só coisa bonita e vende na praça da vã consolação
Quem compra tanta bugiganga, não jura, não manja que a nega pechincha até vender
Armou na solapa a quitanda, no meio da praça que amigo meganha deu sanção.
A nega barganha o fino da bossa e neles aposta que vence o passado
Vivera no fundo do poço comendo sujeira pra salvar o nego condenado
A nega sacode poeira pra levar a vida com o mínimo de satisfação.
O pregão do dia é sobreviver.
O que a nega tem pra oferecer, grã fino gosta de poder bom uso fazer
No cabelo, passa pasta de enê
Na cabeça, a fissura de viver.