Estou de namoro com uma prendinha de raça valente que é barbaridade
Seus pais seus irmãos seus tios me disseram que eu largue de mão, que ela tem pouca idade
E certo ela é nova tem dezesseis anos mais os pais querendo o juiz da licença
Caso direitinho, com todo respeito ela vai se criar lá na minha querência
(Ai, morena
Não deves mais chorar
Onde tem gente valente
É que eu gosto de chegar)
Recebi tua carta respondendo a minha contando a saudade que sente de mim
O mesmo eu sinto prendinha querida mais cedo ou mais tarde a tristeza tem fim
Seu corpo é bem feito e seu rosto de rosa nasceram pra mim e ninguém põe a mão
Te trago comigo de um jeito ou de outro na paz ou na briga, na bala ou facão
E assim minha gente tudo aconteceu montei no meu zaino certa madrugada
Num pé de figueira nos fundos da casa pulou na garupa minha namorada
Dois quarenta e quatro eu levei na cintura disposto a enfrentar qualquer tempo feio
Mas não foi preciso dei graças a Deus, disse o pai de quem amo: pra que tiroteio
Ai morena
O amor não tem fronteira
Filha de gente valente
Não pode morrer solteira