Letra de
Fado de Minas

Ao desdobrar-te por sinos e capelas
Diz-me que és Alfama, Alfama além-mar
Do alto das torres dos mosteiros por sinais
Vejo como és faceira e bela
Minas, ó Minas, Minas sem mar
Sei-te quão és da barroca Lisboa
A mais legítima herdeira
Por altares e adegas
A adornar as lembranças
Do lusitano reino
Qual o bardo que empresta a alma ao fado
Por garimpos às margens do Tejo,
Minas, teus sortilégios me inspiram
A cantar
Minas, teu nobre gesto de achegar-se
Até mim
Traz-me a memória a olvidar
De que és feita de barro, ouro e pedra
Se permitisses desposava-te
Ao cais de Belém
E, na Ermida, a viola a navegar-se
Por tuas lendas e ladeiras
Quando abeiras da terra, o sal
Em disfarces de
De Lisboa, Portugal