Letra de
Estradeiro

Nas veredas do destino já pisei muitos espinhos
No lodo do meu caminho tropecei entre o cascalho
Sou terra seca no malho semente que não germina
Sou a luz da lamparina clareando a vastidão
Sou a lua do sertão no decote da colina
Não sou herói, bandoleiro ou vagabundo
Carrego as dores do mundo
Nos meus ombros de menino
Fujo a galope nas asas da ventania
Meia noite, meio dia vou correndo em desatino
Nas veredas do destino
Sou estradeiro, sou o fogo do corisco
Sou faca que fez o risco no bucho de Lampião
Sou cantador, sou fulo que não se cheira
Sou raiz de catingueira ressequida pelo chão
Nas veredas do destino
Trago na mala a viola e o repente
E o grito dessa gente
Que tem sede e quer o pão
Nesta nação que despreza os desvalidos
E a dor dos oprimidos faz doer o coração