Fulgor de tropa no entrevero de um combate Sabor de mate no romper das madrugadas Mescla de sangue com fumaça de candeeiro Clarim campeiro dos tajãs pelas aguadas Sina andarilha e rancho a beira da estrada Onde a pousada pra um andante será eterna Linha de espera ressojando na barranca Graxa na anca da potrada que se inverna É goela rouca de um cantador flor de taita Ronco de gaita Deusa abugra pra os fandangos É um bagual que perde a doma e se retrata Na serenatas das esporas e do mango Isto é querencia, isto é patria, isto é nação Esta é a razão da liberdade que se acampa Da alma xucra de quem ama este torrão Isto é Rio Grande assim moldou-se a sua estampa Rudes arados rebolcado a terra bruta Mil reculutas e tropeis de gado alçado Tiro de laço e boleadeira nos varzedos Velhos segredos e um galpão mal assombrado É cancha reta e pataquada nos domingos Cacho de pingo bem quebrado a cantagalo Olhar matreiro, da morena, china linda Que lembro ainda quando tive que campeá-lo