No altar do campo de ritual antigo
Senta uma garça que chegou de longe
De pala branco até parece um monge
Na taipa velha do açude amigo
Bombei as poças que viraram lodo
Ondas escuras que o vaivém balança
Lombos prateados de traíra mansa
Onde o mormaço se debruça todo
Troveja perto com rumor de sanga
Vento molhado que se esvai fumaça
Quando branqueia o horizonte passa
Velha mania de chover em manga
Velha mania de chover em manga
Os bichos sabem que verão espantar
A nuvem guaxa que passou de lado