Letra de
Espera

Ficou um silêncio
E as noites mais longas
Na baeta do poncho
O cheiro da “flor”
Nem há mais a pressa
De volver da estância
Atorando distâncias
Pelo corredor
Até o gosto do mate
Ficou mais amargo
Sem os beijos na bomba
Da doce morena
Não se alça a cuia
Para o toque dos dedos
Trocarem segredos
Nas horas amenas
E a linda boieira
Que nos contemplava
Ficou lá no alto
Talvez pra sinuela
Quem sabe na noite
Quando a brisa acalma
Se unam duas almas
Nesta mesma estrela
Ficaram lembranças
Tão vivas no rancho
Que até a guitarra
Por vezes se cala
Quando encontro na carda
Maneado entre os pêlos
Teu fio de cabelo
Nas franjas do pala
Quem sabe, morena
Eu ceve outro mate
Assoleie meu poncho
Sobre o alambrado
Afine a guitarra
Pra pontear a saudade
Quando vir de verdade
Ser feliz ao meu lado