Há seu doutor me desculpe à ignorância acenda em mim a luz do
seu saber porque pra bicho tem dinheiro em abundancia mais as
crianças o senhor deixa morrer.
Muito dinheiro pra sal salvar um passarinho, um projeto pra baleia
não perecer se no sinal o menino coitadinho cheirando cola deste
jeito vai morrer.
Gente de fora pra poder cuidar de planta será que aqui não tem
ninguém capaz, veterinário pro poder salvar a anta se na favela a
doença aumenta mais.
Cristo pregou o amor e a caridade, pregou a paz justiça a todo povo
o senhor não acha que falta igualdade matando gente ta matando
ele de novo.
Mas olhe bem, preste atenção, mas olhe bem que isto não é
certo não.
Salvar as plantas é coisa muito nobre, salvar os bichos é nobre
também, mais não esqueça do nosso povo pobre, que nesta terra
por eles não tem ninguém.
Salvar crianças e salvar a todo bicho dando saúde, morada,
educação. Ecologia no papel e só capricho deste povo que nasceu
sem coração.
Vi um berçário feito pra tartaruga, eu vi um ninho aconchegante pra
arara, especialista exterminador de pulga, laço de fita pra distinta
capivara.
Vi uma criança apanhando da policia, uma princesa uma boneca e
uma pistola engravatado doutor criminalista pai de família com uma
cuia de esmola.
Ai me explica seu doutor pra eu entender; esta agonia na cabeça
sem parar, porque crianças o senhor deixa morrer, é os filhotes dos
bichos quer salvar.
E é por isso que eu deliro e me entorpeço, salvar a onça e coisa
muito bacana, banco da praça toda noite vira berço eu preferia que
salvasse a raça humana.
refrão