Fazer todo sonho possível
Obrar onde os bravos não vão
Bater o inimigo imbatível
Arfar sob a dor do tacão
Dobrar a maldade terrível
Com a flor do infinito perdão
Voar voar voar voar
À estrela intangível
Prostrar-se ao rés do úmido chão
Eis o meu ser
Eis minha razão
Ninar estes soeños
Clamar o verão
Que me importa viver
Sem um plano de paz
E justiça que faça brilhar
As estrelas no céu
Amanhã, quando a aurora aclarar
Entre trevas, desvãos
Vou sorrir face ao ódio incréu
Pois lhe ousei dizer não não
Perder a batalha da vida
Viver mesmo morto o amor
Lamber uma a uma as feridas
Amar com intrépido furor
Colher as ilusões perdidas
Plantar mil lírios sobre o terror
Beijar beijar beijar beijar
Cada alma vencida
Sedar com perfume o horror
(Refrão)
E assim, só assim
Por terra a crueldade
Prover bons sonhos ao coração
Que vão tocar a realidade
Com os dedos das nossas mãos