Fecho os olhos pra não ver Sou covarde, covarde Corro de verdade Fujo das minhas vaidades No caminho, caminho E a terra esconde os teus segredos Meus passos não deixaram marcas Não tenho pegadas Na areia da beira da praia Lavada pelo mar Sei que à noite é quente É quente, é quente Fui veneno, fui maldade Eu na tua idade, conheci a vida de verdade Fui amigo, fui amigo Não sobrou mais nada, não sobrou mais nada Aquele menino conversou com a própria morte Foi um dia de sorte Fecho os olhos pra não ver Meus pés correm de medo Sou o espelho, sou o espelho Calibrando as mesmas peças Cruzo as minhas pernas Na janela do apartamento Doce, amargo, proibido Fruto da maldade Morto, fui testado de verdade Fui ferido, fui ferido Ó Senhor incline seus ouvidos Aquele menino conversou com a própria morte Foi um dia de sorte O meu Jesus não usa cruz Não usa, não usa, não usa