Letra de
Desnortes

Quando escurece e desce a lava sobre o morro Dois Irmãos
Brilha a montanha cravejada de uma estranha ilusão
No Corcovado bóia o Cristo levitando contra o céu
Tudo é febril, tudo quer ser, tudo lateja
Todas as tardes, pouco antes de se despedir o sol
O mar acende, prateado, quase glacial
Sou atraído pelo infinito é doce, irmão, morrer no mar
Morrer no mar, morrer no mar
Tenho vontade de esquecer de mim e nesse instante me apagar
No branco sal do mar
Pela cidade erram almas procurando um coração
Tantos desejos travestindo sempre a mesma solidão
Em álcool forte
Em mil desnortes em sezão
Mas hoje em dia, a seu lado algo se aplacou em mim
Algo de novo, pouco a pouco pode aparecer, enfim
Tua beleza, tua intensa luz toda a alegria do teu corpo são
Que ao meu canto dizem: "Nada foi em vão"