A lanterna da cidade, deslumbra os olhos da china
Que quando sai do seu pago, pelas luzes se fascina
As grossas mãos calejadas, de sanga, planta e capina
Se acende a luz do desejo, de cambiar de pago e sina
Vê seu rancho tão pequeno, que aos de casa contamina
Sonha os filhos, de empregados, as charlas pelas esquinas
Sorte melhor ao campeiro, que se consome na lida
Seguir o rastro dos outros, que ergueram rancho na vila
que ergueram rancho na vila, que ergueram rancho na vila
que ergueram rancho na vila, que ergueram rancho na vila
a mesma luz da cidade, a mais olhares fascina
lá se vai o plantador, vender as terras que tinha
buscar trabalho no povo, operário de oficina
vender a força e saúde, soltar as filhas na vida
a carreta vai envergada, os ombros vão mais ainda
logo, logo estão changueando, por um prato de comida
lavando roupas pra fora, pegando frete e capina
pra encher a boca dos filhos, e encher a vida vazia
e encher a vida vazia, e encher a vida vazia
e encher a vida vazia, e encher a vida vazia