Todo campo em flor linda mirada que estende
Num sul fronteiro com verde pleno do pago
E um trote largo pras razoes da minha gente
Leva em sinuelo todas as magoas que eu trago
O vento sopra assoviando as casuarinas
Quando floreia a seda rubra do pala
Que se balança pelo jogo dos arreios
E esconde as penas que estadeiam na mala
(Depois que a vida faz rumar outro destino
E a estância grande se despede sem olhar
Final de tarde com semblante de partida
E uma certeza de não ter onde chegar)
Bater de cascos e poeira mansa na mirada
Com o pensamento a cruzar junto do posto
Deixo de herança um florão de colorada
E um mandado que neguei pra algum desgosto
Um potro mouro que se quebrou retocando
La na invernada fez silencio no lugar
Olhar sofrido feito um filho me chamando
O peão descorda se o patrão manda mata
Todo campo em flor