Vivem num cômodo apertado no Ipiranga
De onde ele sai para vender suas bugigangas
Numa banquinha na estrada dos Alvarengas
Bem perto da represa do Guarapiranga
Enfrenta o stress de motoristas se xingando
Depois o sol do meio-dia na moringa
Enchente numa marginal de vez em quando
E alguns fregueses com os seus bafos de pinga
Na estação, deixa a mulher, que sai voando
Rumo à Porto Geral, ela vende miçangas
Os dois, tão experts em tirar coringas de suas mangas
Voltam pra casa, já está escurecendo
E essa é a rotina, de domingo a domingo
Fazem as contas de uma prestação vencendo
E antes mesmo da novela estão dormindo