Trinta e poucos anos ou mais
Um tremor discreto na voz
Unhas de esmalte lilás
Nos dedos das mãos e dos pés
Nuvens passam tão devagar
Nos cabelos cor de avelã
Quando fala sinto exalar
Sua língua doce hortelã
Não vou te deixar na mão
Não vou te deixar a pé
Prêmio de consolação
Faz de mim o que quiser
Eu tenho um coração de mãe
Eu tenho um coração de mãe
Eu tenho um coração de mãe
Eu tenho um coração de mãe
Quando se debruça no bar
Os seus olhos cruzam os meus
Me convida para dançar
Vai embora e não diz adeus
Salto alto no meio-fio
Madrugada já quase dia
Nenhum taxi passa vazio
Posso te fazer companhia
Não vou te deixar na mão
Não vou te deixar a pé
Prêmio de consolação
Faz de mim o que quiser
Eu tenho um coração de mãe
Eu tenho um coração de mãe
Eu tenho um coração de mãe
Eu tenho um coração de mãe
E depois de um ano ou um mês
Aparece triste, abatida
Para me ferir outra vez
Para eu lhe curar a ferida