Até hoje ainda me lembro era manhã de setembro de sol com intenso brilho eu na frente abrindo as covas Chiquinha, menina nova vinha atrás plantando o milho o sol dava um bronzeado no seu corpinho rosado lhe dando uma cor morena cada grão que ela plantava uma esperança brotava, como brota uma açucena a natureza não erra vi os grãos rachando a terra e o broto nasceu robusto em cada braça do eito coração roçava o peito como vento no arbusto O milho cresceu depressa parecia uma promessa na minha boca granando e no tempo da colheita Chiquinha, menina feita era espiga se empalhando numa tarde de pamonha eu sem jeito e com vergonha já presentia o perigo fui buscar no milharal mais milho para o curau e Chiquinha foi comigo quebrando o milho na chuva eu tropeçava nas curvas do seu corpinho molhado debaixo do pé de milho como espigas no atilho ficamos os dois atados passou o ano e desta feita vamos.... ter duas colheitas o tempo foi bom pro milho enquanto crescem as espigas Chiquinha cresce a barriga pra colhermos nosso filho