Ela era uma cega gaga que soluçava-me um final
Apesar de espirrar com um olho aberto parecia-me normal
E dizia que o tempo era um vício que transformava a vida em círculos
E que a felicidade se encontrava
Em um vetor tangencial a este círculo
Às vezes pareço uma mosca no vão da janela
Batendo a cabeça no vidro, querendo sair
Insistindo num erro e não querendo assumir
Que você pode tocar no abstrato
E engolir a "reflectância" da luz
Mudar a cor da sua música
E aloprar alguns
Comunicando-se com um espelho através de mímica, mímica ocular
Ela contou-me porque a chuva nunca para, nunca pára de chorar
São as gotas que um dia se renderam a um ciclo
E perceberam que a saída, se abrirá quando fechar
(Refrão)
A cega inusitada só queria dizer
Que fatos acontecem e estão aí para ver
Com um breve assobio ela me disse assim
Não quero omitir pra vocês o que eu penso
Nem influenciar na vossa vida de ser humano
Mas não deixem que aquela velha roda
Transformem vocês numa mosca, tosca, fosca