Eu tenho um cavalo preto
Por nome de ventania
Um laço de doze braças
Do couro de uma novilha
Tenho um cachorro bragato
Que é prá minha companhia
Sou um gaúcho folgado
Aí eu não tenho família
Tenho uma capa gaúcha
Que eu troquei num boi carreiro
Tenho dois pelego grande
Que é pura lã de carneiro
Um me serve de colchão
E outro de travesseiro
Com a minha capa gaúcha
Eu me cubro o corpo inteiro
Em cima de meu cavalo
Eu viajo o dia inteiro
Vou de um estado pro outro
Eu não tenho paradeiro
Quem quiser ser meu patrão
Me ofereça mais dinheiro
Eu sou muito conhecido
É no triangulo Mineiro
Adeus que eu já vou partindo
Vou pousar noutra cidade
Depois de amanhã bem cedo
Quero estar em Soledade
Deus me deu esse destino
E muitas felicidades
Quando eu passo com meu Preto
Deixo um rastro de saudade