Letra de
Cativeiro

Em meio à fumaça no céu
E a neblina que cobre a manhã
Na dança apressada dos carros
Então me perdi
Envolto no mais negro véu
Desconheço o raiar do amanhã
Um súbito estrondo na porta
Em vão eu corri
Quantas horas irei dormir nesse chão?
Entre os ratos, os rastros da minha paixão e torpor
Quantas vezes irão fingir certa comoção?
Eu pasmo diante de tanto sarcasmo e terror
A voz rouca tentou fugir
Carregando consigo a dor
Por esses matagais
Um desejo a me consumir
O ensejo me escapou
Já é tarde demais
Não se atreva a esperar por mim
Pode ser que o inverno vá passar
O sol sair
Escuta o meu silêncio (vale mais)
Quando a noite chegar ao fim
A não ser que o destino vá traçar
Outro porvir
Não hei de te encontrar jamais
Quantos golpes vão desferir sem razão?
Entre os ferros, os berros são meros reféns do horror
Quantas forças vão sucumbir nesse vil porão?
Em pleno martírio, um delírio de fé no clamor
Em meio à fumaça no céu
Já vejo raiar a manhã
Intrépido, errante na mata
Eu vou, eu vou
Ainda que arfante esquivar
Das rajadas rufando no ar
Impávido, avante na mata
Eu vou, eu vou
Até onde Deus me guiar
Até onde essa trilha vai dar
Invicto, adiante na mata
Eu vou, vou