Tenho um castelo feito em gesso e gestos,
Ao léu, distante, em frente ao mar.
Toda manhã corro a torre e olho
Pra ver se tem alguém pra chegar,
Mas nunca tem ninguém, nenhuma embarcação,
Durmo sozinho, as noites são eternas,
Sonho com coisas sempre muito fáceis de sonhar,
Tão difíceis de ter, tão difíceis de ser
Rei sem reinado, trono sem coroa,
Sem a rainha que ocuparia o seu lugar
E meu castelo de água e areia,
Morre e um dia pode desmoronar,
Ninguém pra viver,
Ninguém pra sonhar