Letra de
Campesina

Volto em silêncio pra beber das velhas fontes
Molhar os pés naquela sanga cristalina
Que logo ali vai desbravar os horizontes
Para libertar os meu anseios de menina
Cabelos longos, fustigados pelos ventos
Sons de dialetos, vozerio dos parreirais
E o rio inquieto com nostálgicos lamentos
A imitar o cantochão dos ancestrais
Tudo me chama no verdor dessas ramagens
Vales e montes, terras férteis e trevais
Adolescentes os meus sonhos têm paisagens
Vivida fora, não me deixarão jamais
Junto às encostas, meus avós plantaram fundo
As esperanças para colher tempo melhor
Descortinaram o nascer de um novo mundo
Feito de luta, de trabalho e muito suor
Meu canto tem, a mansidão de lamparinas
Nasceu liberto sem maneia nem boçal
Mas não renega minha origem campesina
Mesclando raças e sonoro madrigal
Tudo me chama no verdor dessas ramagens
Vales e montes, terras férteis e trevais
Adolescentes os meus sonhos têm paisagens
Vivida fora, não me deixarão
Tudo me chama no verdor dessas ramagens
Vales e montes, terras férteis e trevais
Adolescentes os meus sonhos têm paisagens
Vivida fora, não me deixarão jamais