Parece encilhos celestes, no manto santo do mundo
Uma saracura grita, ali na costa do mato
Perto de uma cruz atada, com lenço de maragato
Na peiteira do tordilho, brilha a luz de um pirilampo
Parecem flores de luz, desabrochando no campo
Os grilos vão milongueando, junto ao ipê veterano
Que guarda ninho e gorjeios, na memória dos minuanos
(Sou um campeiro do Rio Grande
Acordo ao cantar dos galos
E por onde quer que eu ande
Ando sempre de à cavalo)
Int.
E um luzeiro de cristais, escorre na água da cincha
A Dalva acorda o tropeiro, um boi se baba mugindo
Saltando um fio luminoso, desfiando prateireirismo
Uma cordeona gaúcha, num céu campeiro de luz
E eu vejo Deus de a cavalo, nessas querências do sul
No fogo a cambona chia, mateando faço uma prece
Mil graças velho Rio Grande, por tudo quanto me destes
( )Int.