a adaga no rumo certo
donde pulsa o sangrador,
não há espaço pra dor
e a sangria se apresenta
no calor rubro que aquenta
o grito do desaforo,
que a honra de um índio touro
na prateada se sustenta!
calavera! foi o grito,
no ranchito de má fama,
dos pingo atado nas trama
ficou uma baia lunanca,
com o poncho por riba d'anca
que muito serviu de abrigo
pra o maula que foi ferido
de morte, por arma branca!
comércio de tava e truco
mas nunca se perde o norte
tampouco se facilita
pensando no que se grita,
pra não se topar com a morte!
o corpo no chão de saibro
e o baralho sobre a mesa
foi a falta de destreza
e o grito de desacato,
que mataram o mulato
nesta carpeta frontera,
pois, todos são calavera,
mas nenhum carrega o fato!
depois chegaram os milico
e o pançudo comissário,
souberam por comentário
e a história, nem que não queira
se quedo por verdadeira
resumida ao chão batido
- que um maula tinha morrido,
na adaga d'um calavera!
- que um maula tinha morrido,
na adaga d'um calavera