O que eu visto não é linho, ando até de pés no chão
E o cantar de um passarinho, é pra mim uma canção
Vivo com a poeira da enxada, entranhada no nariz
Trago a roça bem plantada, pra servir o meu país
Sou, sou desse jeito e não mudo
Aqui eu tenho de tudo, e a vida não é mentira
Sou, sou livre feito um regado
Eu sou um bicho do mato, me orgulho de ser caipira
Doutor eu não tive estudo, só sei mesmo é trabalhar
Nessa casa de matuto, é bem vindo quem chegar
Se tenho as mãos calejadas, é do arado rasgando o chão
Se a minha pele é queimada, é o sol forte do sertão
(Refrão)
Enquanto alguns fazem guerra, trazendo fome e tristeza
Minha luta é com a terra, pra não faltar pão na mesa
As vezes vou na cidade, mais nem sei falar direito
Pois caipira de verdade, nasce e morre desse jeito
(Refrão 2x)