Ah o meu amor!
Ela é cheia de artifícios: me pega, me morde, me sangra,
É um suplício
Nossa transa na alcova
Que me faz tanto bem!
Digo amém
Se ela vem com um chicote e pregos, giletes e facas,
E com um serrote,
acarinha minha pele.
Ah como eu tenho sorte!
Mas de uns tempos pra cá
Fez serenata, me deu gravata, buquê de flor.
Contratou carro de som
Com mensagem dizendo
Que a felicidade é o bem maior,
Não vem da dor.
Que diabo é isso?
Sem a tortura, o que se passa?
Tanto pudor não vejo graça.
Para mim esse carinho não convém
Te quero bruta
Como quando antigamente.
E o que te muda em minha frente,
tenho certeza, é outro alguém.