Letra de
Boneca de Milho

Chegava o natal era mês de dezembro
Ainda me lembro e faço o relato
Tudo aconteceu em um vilarejo
Com um sertanejo humilde e pacato
A filha caçula deste lavrador
Pediu ao genitor uma bonequinha
O pranto do pai rolou pelo chão
Sem ter um tostão pra atender a filhinha
O pai desesperado recordou que tinha
Uma roça vizinha de milho formada
Tentou resolver um tanto risonho
O pequeno sonho da filha amada
Passando a cerca daquela divisa
Na hora precisa de amenizar a dor
Pegando a boneca de milho vindouro
De cabelos louros pra dar com amor
O dono da roça um sujeito frio
Sem essência e sem brio chamou o delegado
Acusando o caipira de velho ladrão
Levando a prisão o pobre coitado
Boneca de milho de uma ilusão
Da voz da rasão que calou a verdade
Dos sonhos bonitos de uma criança
Que viu presa a esperança da felicidade