Tordilho ligeiro, nas raias campeiras
Da cor das melenas, que o tempo pintou
A baba no freio do pingo "amilhado"
O céu estrelado, bandeira de paz
Um rancho caiado, florada de trevo
O branco dos olhos de algum montaraz
No mate servido; relatos da vida
E os olhos da noite, enxergam por mim
Blanquita nochera De alma lavada
Blanquita geada Rigor da estação
Cadente ruana, num vôo sem fim
Blanquita: um sorriso de lábios carmim
Blanquita nochera Blanquita virada
Blanquita perfume Da flor do jasmim!
Blanquita abre a porta que o dia tá aí
Blanquita milonga Não deixa dormir!
Apojo das mansas, o leite nos tarros
Terneiros a campo: começa a manhã
Flor de pitangueira; espuma de arroio
Cordeiros do agosto, as bolsas de lã
Num raio de Lua, os sonhos caminham
Na volta do fogo, eu sigo contigo
O lenço "chimango" esquece da guerra
E a Dalva no céu, bombeando pra terra