Distante da minha terra aqui na cidade
É grande a saudade , que me faz chorar
Vem na lembrança os ipês todos floridos
O cheiro da relva e os jacarandas
Em um simples papel rabiscado
Em versos quebrados , eu falo de lá
Quem sabe um dia eles sejam rimados
Pra suas riquesas , a todos mostrar
Berço da mãe natureza
Cheio de encanto e de tanta beleza
Onde o sol brilha de nascente a poente
Berço da mãe natureza
Um dia eu volto pode ter a certeza
Não dá pra ficar mais aqui tão ausente
Falo e canto nessa canção de forma singela
Das coisas belas , do meu sertão
Das verdes matas perenes
E do carro de boi , que geme subindo o estradão
Falo da palhada do inhambu piando
Do galo cantando , em cima do paiol
Lá na baixada passa o ribeirão
Onde é tão bom , uma pesca de anzol
Lembro da chuva molhando a terra tombada
Sendo preparada , para a plantação
É de lá que vem o alimento com autenticidade
Aqui pra cidade , em forma de pão
O coração desse matuto
Hoje está de luto , distante do seu chão
Tem muito valor as coisas do mato
Aqui tá esquecida no anonimato
Presente apenas lá no meu sertão