Éh, dá pra ter um minuto pra falar, sem que ninguém te ponha na prisão?
Ou será que um dia desfará e desaparecerá da visão
todo o ódio que o homem põe pra fora, tornando-se o próprio alçapão,
ou será que a pobre da memória deverá recordar como era bom?
Tanta coisa que eu tenho pra dizer, mas verbetes me faltam pra falar,
se pensarmos melhor, eu e você, temos vocabulários a tentar
pra essa gente vestida com seus ternos, gravatas, pranchetas, sei que lá,
nos tirando, da vida, o dom materno sem ter mais neurônios pra pensar.
Éh, apaga a luz aí, que eu não posso ver o mundo como está!!!
Dá pra ter um domingo de lazer sem a bala perdida te encontrar?
Ou será que um dia, só comer sem pensar que no outro irá faltar?
E será que dará pra ter salário e comprar o que o filho acha bom,
ou será que mudaremos o horário só pra deixar de ver televisão?
Tanta coisa que o mundo ainda vai ver, pra não ver, maquiagem vai rolar,
e se nada com nada perceber, é porque não se fez por revezar.
E esses homens batendo nas coitadas que só se habilitam a chorar,
vislumbrando sua face, então, marcada pelo homem que deu colher de chá.
Éh, apaga a luz aí, que eu não posso ver o mundo como está!!!
Dá pra ver que o mundo acabará, se o homem não tiver coração,
se deixar tudo do jeito que tá, vai ser só malandragem e facção.
Os meninos, pequenos, jogam bola, sonhando em ser um jogador,
mas crescendo se esquecem da escola e só só promovidos a vapor.
Éh, apaga a luz aí, que eu não posso ver o mundo como está!!!