Já não escuto relinchos, bem quando desponta aurora
O sol que acordava os bichos luziu mais fraco lá fora
Já não prescinto cambichos no olhar da prenda mais linda
Já não encontro nos bretes, porteiras de boas vindas
Mas quando abraço a guitarra, sinto de longe o tropel
Relinchos dessas potradas e o sol radiante no céu
O olhar da flor mais querida me traz ternura e amor
E ranchos plenos de vida florescem no corredor
Coragem que não é minha, mas é de todo lugar
Desperta nas entre linhas a luz de um novo cantar
Nas lentes de cada nota encontro a revelação
Algum caminho sem volta algum carinho nas mãos
Talvez não seja a guitarra, talvez me falte a visão
Talvez carregue as potradas rancheando no coração
Talvez o olhar dessa prenda queira amansar meus estios
Mas não enxerga as auroras quem mira o fundo do rio
O sol se mostra distante guitarro traz pra bem perto
Eu ergo então meu semblante pra os rumos do céu aberto
Prescinto a paz num sorriso zombando da solidão
E o céu dizendo que a vida é bem maior que a canção
Coragem que não é minha, mas é de todo lugar
Desperta nas entre linhas a luz de um novo cantar
Nas lentes de cada nota encontro a revelação
Algum caminho sem volta algum carinho nas mãos