Letra de
A Estrada

Já faz tempo
Oh tanto tempo
Tanto nem dá para contar
Que eu consegui sair de casa
E comecei a tocar
Apanhei o barco das 9
Na margem esquerda do Tejo
De um lado ficava a fome
Do outro ardia o desejo
Subi Lisboa de elétrico
E era de noite e chovia
O mês seria Dezembro
Mas já não me lembro o dia
Lá estava um de galochas
Com a gabardina do pai
Tinha alfinetes na boca
E vinha dos Olivais
O outro eu já conhecia
Foi quem me desafiou
Foi um cantor arrojado
Foi ele quem me guiou
E o terceiro chegou tarde
Veio direto do quartel
Tinha a vespa avariada
Para o táxi não há papel
E com a banda formada
Mas sem canções para tocar
Em binário ou quaternário
Puseram-se a inventar
(Refrão)
E a banda não parou mais de tocar
E a estrada não parou mais de os chamar
E assim lá foram andando