Ando a cavalo na sorte, sem norte sem adereço
Não negocio com a morte, porque a vida não tem preço
Eu sei que um dia me vou, mais ainda é muito cedo
Tenho potros prá domar, na província de São Pedro
Gineteando talvez morra na desforra de amansá-los
Minha vida é uma gangorra no lombo desses cavalos
Minha vida é uma gangorra no lombo desses cavalos
Lá nos vamos campo afora corcoveando ao Deus dará
Quanto mais lhe cravo a espora mais corcovia o bicho dá
Beija o céu cutuca o chão que sobe e desce danado
É triste a vida do peão no lombo dum aporreado
No lançante morro abaixo a morte me pisca o olho
É aí que um índio macho coloca a barba de molho
Aposto tudo na sorte nesta disputa renhida
O diabo amadrinha o morte mas Deus me protege a vida